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A moda pós-pandemia e a mudança no calendário de desfiles

  • Foto do escritor: Arthur Almeida
    Arthur Almeida
  • 21 de mai. de 2020
  • 2 min de leitura

Como consequência de se passar por um momento histórico da humanidade, marcas internacionais se unem para repensar o calendário da moda, do lançamento à liquidação. Além das mudanças na produção e consumo das roupas, as dúvidas sobre a indústria como um todo surgem, e as respostas são dadas com o nosso próprio comportamento no durante e no pós-pandemia.


fonte: Getty Images

Segundo a historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz, ''[...]a cultura não é consequência, a cultura é causa''. Ao fazer tal afirmação, Lilia quer dizer que a forma com a qual nós nos vestimos é um fator ativo na formação de uma cultura e de um contexto histórico-social em nossa sociedade. E agora, em tempos de crise, não seria diferente, uma vez que passamos a valorizar mais a segurança e o conforto, abrindo mão do luxo e da ostentação.


Home Office e quarentena são dois fatores determinantes na forma como nos vestimos hoje em dia

O contexto de Primeira Guerra Mundial, por exemplo, transformou Chanel em um ícone da moda em tempos de crise na Europa da década de 10, devido ao seu talento com os tecidos fornecidos pelas forças armadas. Outro exemplo foi Christian Dior, que traduziu o look mais sexy da mulher parisiense na libertação da França, com o fim da Segunda Guerra Mundial, em meados do século XX, exatamente o oposto do momento de conforto e recessão que vivemos:




Calendário


O novo calendário de desfiles foi consumado pelos maiores nomes da indústria fashion. Uma carta aberta foi publicada às empresas do segmento, a qual já conta com mais de 40 assinaturas, como as de Marine Serre, Paco Rabanne, Nina Ricci e Tory Burch. A carta propõe que peças das coleções cheguem às lojas gradativamente durante a estação para manter um fluxo constante e equilibrado de novos produtos. Outra medida é adiar as liquidações, deixando os grandes descontos apenas para o final das estações, em janeiro e julho.


Desfiles de grandes coleções ganham novo significado


“Concordamos que a situação atual, embora difícil, apresenta uma oportunidade de mudanças profundas que podem simplificar nossas atividades e torná-las mais responsáveis, tanto ambiental quanto socialmente”, ressaltam, em trecho do pronunciamento. Confira o documento completo clicando aqui.



São e serão tempos diferentes para o mundo da moda. Agora, mais que nunca, o capitalismo que gere o mercado de luxo está diante de um confronto ético e social, os tirando de um posto exclusivo e trazendo para uma esfera mais democrática.


Fonte: Folha de S.Paulo

Quando tudo passar, passaremos a ver uma moda mais consciente, sustentável e com maior foco na segurança e conforto? Ou apenas a mesma? Uma vez que somos capazes de ver, ou vestir, de um ponto de vista diferente, jamais somos confrontados da mesma forma ao voltar para o mesmo status. Uma coisa é certa: os outfits completos nunca mais serão os mesmos




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