Como as grandes marcas têm reinventado seus desfiles
- Arthur Almeida
- 30 de set. de 2020
- 3 min de leitura
Setembro chegou ao fim e o clássico ''ano novo do universo da moda'' se fez presente em um contexto um tanto quanto peculiar para a humanidade. Falar de distanciamento social assustou grandes nomes da moda nacional e internacional. A princípio, desfiles foram cancelados, mas com o passar dos meses, diretores criativos se reinventaram com as passarelas virtuais e com os desfiles presenciais seguindo protcolos de cuidado sanitário.

Na matéria de hoje, fiz um compilado de tudo que rolou no mês mais cheio do calendário fashion nessa era maluca. Bora lá?
Moschino
Para dar o pontapé inicial da seleção, é inevitável não começar com o pensamento completamente fora da caixa que Jeremy Scott teve para a colação primavera-verão 2021, apresentada de maneira 100% virtual e com marionetes desfilando suas roupas para a Moschino (na fila, até Anna Wintour marcou presença). As peças ganharam atributos mais clássicos e românticos, com muitas estampas floridas, tons mais neutros, tules e jacquards:
Fendi
A Fendi apresentou sua última coleção sob direção criativa apenas de Silvia Venturini Fendi, que dividia antes o comando com Karl Lagerfeld. É que a partir da próxima temporada, o inglês Kim Jones assume a coleção feminina. No desfile, que aconteceu presencial, Silvia rejuvenesceu a marca, criando um jogo de luz e sombra, de exposto e oculto, com muitas “janelas” das memórias de sua infância, traduzidas tanto pelas cores, das mais neutras ao vermelho e azul vibrantes, quanto pelos tricôs e bordados que resgatam técnicas seculares de freiras beneditinas mas também os mais novos recortes a laser. A coleção foi de tamanha versatilidade que coube de plumas a alfaitaria;
Valentino
Presencial e ao som de Labirinth, Pierpaolo Piccioli voltou a Milão na sua nova coleção, que, embora não tenha explorado a liberdade criativa e artística como feito em sua alta costura, trouxe uma sobriedade chique para a maison. O desfile trouxe peças floridas (como pede a primavera), volumosas e bem despojadas. As bolsas ganharam tamanho, franjas e tons neon, como previsto para a temporada.
Halpern
Diretamente de Londres, a Halpern trouxe uma proposta que veio em um formato diferente de desfile, o que, automaticamente, tornou as peças mais individuais e excêntricas. O fundador e diretor criativo Michael Halpern escolheu oito mulheres que trabalham no serviço público, como doméstica, motorista de trem e enfermeira, para apresentarem a coleção e contarem suas histórias. Em um ateliê de arte, elas ganham voz enquanto ostentam peças alegres e fortes, condizentes com a histórias dessas mulheres que trabalham na linha de frente do combate ao novo coronavírus.
Prada
A parceria entre Miuccia Prada e Raf Simons não poderia ter outro resultado se não o desfile bem sucedido e surpreendente para a primavera-verão 2021 da marca. A experiência do espectador só foi mais enriquecida para o desfile com a conversa entre os estilistas no fim do show, que não teve público presente. As peças ganharam um cenário cor mostarda monocromático, que conversou com cada uma das peças. A coleção trouxe cortes de alfaiataria mesclados com rasgados do streetwear que conversaram super bem. A logo da maison também se fez presente nas blusas e calças, quem também ganharam estampas florais e frases dicretas em pontos específicos.
Lembrando que ainda está acontecendo a semana de moda em Paris e tem muita água para rolar. No entanto, estamos com expectativas mil para os resultados das marcas francesas e ansiosos para comentarmos aqui no blog ou no canal do YouTube. Fiquem atentos para conferir tudo de perto.
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