Causas nobres são defendidas nas passarelas da São Paulo Fashion Week
- Arthur Almeida
- 23 de out. de 2018
- 2 min de leitura
Atualizado: 7 de nov. de 2018
Hey Buddies como cês tão? Jóia?
Ontem foi dada a largada da São Paulo Fashion Week, a temporada de desfiles mais importante da América Latina!
E em tempos de palavras de ordem, ódio gratuito, hashtags políticas e manifestações nas ruas e nas redes, nesse primeiro dia já vimos algumas mensagens de sustentabilidade, valorização do artesanal e conceito dentro da moda.

A Osklen (que abriu) trouxe a questão da sustentabilidade e da preservação dos oceanos para a passarela.
"Criamos uniformes para o ativismo de uma forma romântica, às vezes sexy, às vezes streetwear. O conceito se desdobra em toda a coleção", afirma o diretor criativo Oskar Metsavaht. "São peças para pessoas urbanas que se manifestam em prol dos oceanos.''
Lembrando que o estilista (Metsavaht) é também embaixador da UNESCO, também se posicionou: "Não estamos falando da eleição em si, mas esse desfile representa uma cobrança à sociedade e ao Estado em relação à preservação das áreas marítimas"
Na sequência, a estilista carioca Patricia Viera fez seu desfile levantando a bandeira do trabalho artesanal. Tendo o couro como principal matéria-prima de sua marca, colocou um grupo de artesãs realizando bordados em plena passarela.
Em sua coleção de inverno, ela recorre à riqueza de cores e texturas encontradas no Peru. O clima é de extravagância e drama, com vestidos metalizados justíssimos e curtinhos, assim como outros na altura dos joelhos com mosaicos florais construídos com pequenos recortes de couro. Uma das jaquetas, segundo a estilista, levou mais de 13 dias para ficar pronta.

O couro é uma controvérsia dentro da moda. Há quem defenda o uso, enquanto outros acusam o uso do material animal.
Um dos destaques da noite sem dúvidas foi João Pimenta, com sua pegada indígena. Resgatando cores vibrantes brasileiras, referências culturais, muita listras, linhas e um casting e modelos majoritariamente negras
Uma das jovens integrantes do evento, a marca masculina Torinno (a marca masculina de Luis Fiodi) trouxe o top Marlon Teixeira e a atriz Deborah Secco para sua apresentação. Inspirada em uniformes e com uma pitada de militarismo (um pouco alfinete para o momento político em que vivemos), mostrou um guarda-roupa completo, que tem de moletons e conjuntos de plush para curtir o sofá de casa a peças de alfaiataria para ocasiões formais. É uma imagem mais conectada com a vida real e menos ligada a ideias mirabolantes - a moda conceitual, por sinal, está ameaçada de extinção no Brasil.
Em meio a um mar de desfiles comerciais neste segundo dia, foi um sopro de frescor a apresentação da Modem, outra integrante da nova guarda fashion nacional. Sob o comando do estilista André Boffano, fez uma das apresentações mais bacanas do dia, equilibrando boas ideias de design, execução preciosa e tino comercial.
O que está achando dessa edição? Lembrando que hoje à noite tem mais!
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